quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Vida e Obra de Debret


Debret
Biografia de Jean Debret, obras principais, pinturas, artes plásticas, 
Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil
Jean Debret (auto-retrato)
Jean Debret: obras são importantes documentos históricos do Brasil do século XIX


Quem foi 
Jean-Baptiste Debret foi um importante artista plástico (pintor e desenhista) francês. Nasceu em 18 de abril de 1768, em Paris, e faleceu na mesma cidade em 28 de junho de 1848. Debret integrou a Missão Artística Francesa que chegou ao Brasil em 26 de março de 1816. Suas obras formam um importante acervo para o estudo da história e cultura brasileira da primeira metade do século XIX.

Biografia (principais momentos da vida do artista):

- Na juventude, Debret estudou na Escola de Belas Artes de Paris. Estudou também engenharia no Institut de France.
- Debret atuou durante um tempo na área de engenharia, porém, no final do século XVIII retornou para a pintura.
- Em 1798, expôs no salon a tela Le général méssénien Aristomène delivré par une jeune fille. Com esta pintura ganhou um prêmio. 
- Em 1816, integrou a Missão Artística Francesa, organizada por D. João VI de Portugal, cujo objetivo principal era fundar no Brasil a Academia de Belas Artes.
- Viveu 15 anos no Brasil (até 1831), onde organizou sua grande obra: o livro ilustrado Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil. Nesta obra apresenta diversas pinturas sobre o povo brasileiro, paisagens, sociedade, cultura e arquitetura do Brasil. As 153 pranchas foram acompanhadas por textos descritivos.
- Nos anos de 1834, 1835 e 1839 publicou na Europa, respectivamente, os três tomos de sua obra Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil.
Principais características do estilo artístico de Debret:
- Debret é considerado um artista cujas obras se enquadram no estilo romântico. Porém, alguns estudiosos de artes plásticas, consideram Debret como um pintor do neoclassicismo.
- Antes de morar no Brasil, retratou na França temas religiosos, bélicos e ligados ao imperador francês Napoleão Bonaparte.
- Suas obras, no Brasil, mostram paisagens, cenas cotidianas, a cultura e o povo brasileiro.
- Com cores vivas, suas aquarelas mostram sentimentos e emoções das figuras retratadas. O individualismo, característica das obras românticas, também se faz presente em suas pinturas.
- Detalhista, Debret buscou retratar, com o olhar de um viajante, todos os aspectos das cenas e regiões retratadas.
obra de Jean Debret Interior de uma casa cigana (1820)

Principais obras de Debret na fase européia:
Régulus voltando a Cartago (1791)
- Le général méssénien Aristomène delivré par une jeune fille (1798)
- Primeira distribuição das cruzes da Legião de Honra (1804-1812)
- O médico Esístrato descobrindo a causa da moléstia do jovem Antíoco (1804)
- Napoleão presta homenagem à coragem infeliz (1805)
- Napoleão em Tilsitt condecorando com a Legião de Honra um soldado russo (1808)
- Napoleão falando às tropas (1810)
- A primeira distribuição de cruzes da Legião de Honra na Igreja dos Inválidos (1812)
Algumas obras da coleção Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil
- Caçador de Escravos (1820-1830)
- Interior de uma casa cigana (1820)
- Guerreiro indígena a Cavalo
- Escravidão no Brasil (castigo de escravo)
- Retrato de D. João VI
- Família de um chefe Camacan se preparando para uma festividade (1820-1830)
- Coroação de D. Pedro I (1822)
- Casamento de D. Pedro I (1829)
- Costumes dos ministros e secretários de Estado (1826)
- Tocador de Berimbau (1826)
- Família de Botocudos em marcha (1834)


Fonte:


http://www.suapesquisa.com/biografias/jean_debret.htm

domingo, 5 de junho de 2011

Heróis de Todo Mundo - Leonidas da Silva

Heróis de Todo Mundo - Elizeth Cardoso

Herois de Todo Mundo - Zumbi dos Palmares

Heróis de Todo Mundo - Laudelina de Campos Melo

Heróis de Todo Mundo - Raimundo Souza Dantas

Heróis de Todo Mundo - Paula Brito

Heróis de Todo Mundo - Mario de Andrade

Heróis de Todo Mundo - Chiquinha Gonzaga

domingo, 8 de maio de 2011

ARTE SACRA BARROCO

Assista ao vídeo sobre o Museu de Arte Sacra, da série Lugares de Aprender.


quinta-feira, 28 de abril de 2011

História da Arte 11 - Expressionismo

História da Arte 12 - Cubismo

História da Arte 13 - Surrealismo

História da Arte 14 - Abstracionismo

História da Arte 15 - Modernismo Brasileiro

História da Arte 16 - Arte Pop

História da Arte 17 - Graffiti

História da Arte 18 - Arte Conceitual

História da Arte 05 - Renascimento

História da Arte 05 - Renascimento

História da Arte 04 - Arte Medieval

História da Arte 09 - Realismo

História da Arte 08 - Romantismo

História da Arte 10 - Impressionismo

História da Arte 07 - Neoclássico

História da arte 06 - Barroco

História da Arte 03 - Arte Grega

Arte Egípcia

História da arte 01- Profº Fulvio Pacheco

História da arte 02 - Profº Fulvio Pacheco

Historia da Arte em 2 minutos

AULA DE ARTE 1



Mulheres e obra de arte


Arte tem explicação?









segunda-feira, 4 de abril de 2011

LIVRO SOBRE LEONARDO DA VINCI

Pintores e Afins - Leonardo da Vinci - 04/04/11

O Enigmático Significado do Abaporu

 


A origem do nome de um dos quadros mais importantes do modernismo brasileiro, o Abaporu, de Tarsila do Amaral: Tarsila pintou-o como presente de aniversário a Oswald de Andrade, seu marido na época. Quando ele viu a tela, assustou-se e chamou o amigo Raul Bopp para tentar decifrá-la. Intrigados, concordaram em que representava algo excepcional. Tarsila, apelando para os rudimentos de tupi-guarani que conhecia, batizou-a de Abaporu - aba, “homem”, “índio”; poru, “comendor de carne humana”, “antropófago”, “canibal”.

Garrincha

Manuel Francisco dos Santos, o Mané Garrincha ou simplesmente Garrincha, (Pau Grande, 18 de outubro de 1933 — Rio de Janeiro, 20 de janeiro de 1983) foi um futebolista brasileiro que se notabilizou por seus dribles desconcertantes apesar do fato de ter suas pernas tortas. É considerado entre os especialistas de futebol como um dos maiores jogadores da história do futebol em todos os tempos. No auge de sua carreira, passou a assinar Manuel Francisco dos Santos, em homenagem a um tio homônimo, que muito o ajudou.

De origem humilde, com quinze irmãos na família, Manuel Francisco dos Santos era natural de Pau Grande, distrito de Magé (Rio de Janeiro). Sua irmã o teria apelidado de Garrincha, fazendo uma associação com um passarinho muito comum na região serrana de Petrópolis, conhecido por este nome.
Garrincha, "O Anjo de Pernas Tortas", foi um dos heróis da conquista da Copa do Mundo de 1958 e, principalmente, da Copa do Mundo de 1962 quando, após a contusão de Pelé, se tornou o principal jogador do time brasileiro. Com Garrincha e Pelé jogando juntos, a Seleção jamais perdeu uma partida sequer. A força do seu carisma ficou marcada rapidamente nas palavras do grande poeta de Itabira, Carlos Drummond de Andrade, numa belíssima crônica publicada no Jornal do Brasil.

sábado, 5 de março de 2011

MIRÓ


Femme Assise
Joan Miró nasceu em 20 de abril de 1893 em Barcelona. Cursou a Escola de Belas Artes de Barcelona, sua cidade natal. Essa era a sua vontade desde criança mas teve que lutar muito para conseguir isso porque os seus pais o pressionavam para os estudos dos ofícios comerciais. O resultado dessa pressão é que o jovem Miró acabou por desistir de estudar, foi trabalhar no comércio e teve uma profunda depressão, necessitando de tratamento de saúde. O mundo da arte é cheio dessas histórias onde o artista luta contra toda a família para conseguir ser artista. Quando chega o sucesso, claro, toda a família passa a viver em função dele.
Miró é classificado entre os surrealistas mas a sua linguagem parece dotada de uma simplicidade mais infantil que não caracteriza exatamente os surrealistas. Entretanto, é preciso muitas vezes compreender o que deseja o autor para poder visualizar melhor a pintura. No quadro "Personagem atirando pedras em um pássaro" o personagem tem, de alguma maneira, a forma de um pássaro mas sabe-se que o pássaro é a outra entidade porque voa. O mar negro, em contraste com as cores fortes do céu e da terra mostram que o artista não se limitava pela naturalidade das cores. O efeito é de grande profundidade e vigor e a terra parece movimentar-se em seu amarelo marcante. A pedra, no meio do caminho, não define por si mesmo em que direção faz o percurso. O uso de frases quase explicativas nos títulos das obras é bem interessante e as vezes muito facilitador.

Milano
O título de "personagem" é também muito comum e identifica exatamente isso: alguma entidade não muito definida e que exerce uma ação. A mente de Miró mostrou-se muito criativa ao longo de sua vida. Durante os seus estudos de arte treinava, por orientação dos seus professores, a desenhar objetos que conhecia apenas através do tato. De olhos vendados, lhe era dado um objeto e depois então o desenhava para libertar-se da aparência real das coisas. Também treinava pintando paisagens gravadas na mente. Ia a um lugar, observava e depois voltava para o atelier para começar a trabalhar. Talvez esses exercícios, somados a uma tendência natural, tenham feito de Miró uma mente privilegiada.
Joan Miró deixou-se prazerosamente influenciar por todas as correntes de arte com que tomou contato. Influências cubistas, surrealistas, abstracionistas são facilmente percebidas em seus trabalhos e a maneira de ver dos cubistas combina fortemente com a sua visão das coisas. A sua admiração pela pintura clássica encontrada desde cedo em sua origem na Catalunha mistura-se com a admiração pela escola flamenga e por fortes traços por onde foi passando. Aquilo tudo ia sendo absorvido, processado, misturado, temperado e apresentado, ao final, como uma maneira própria e extremamente rica de interpretar o mundo. Miró procurava mostrar a realidade de uma forma simplificada, quase infantil, simbólica, sem a complexidade e o mistério de um surrealismo tipo Salvador Dali ou René Magritte mas isso é, por si mesmo, cheio de uma profundidade que ele não enfatizou.

Les Echelles en Roue De Feu
Essa forma interpretativa através de símbolos preenche completamente grande parte dos seus quadros, onde tudo é mostrado unicamente através de traços, símbolos e sugestões. Para compreender Miró é preciso imaginação mas isso não o diferencia da maior parte dos artistas. Não há como compreender verdadeiramente as coisas sem um pouco de imaginação e criatividade, especialmente se estivermos falando de arte, essa coisa sem limite e sem regras universais. Alguns quadros não foram feitos para se ver mas para se viver.
Miró alternou fases de dificuldade financeira intensa com fases de prosperidade mas aos poucos foi afirmando-se como um artista do primeiro time. Viajou bastante, morou em diversos lugares sem nunca distanciar-se completamente de suas origens. Depois de 20 anos na França, voltou para a Espanha refugiando-se da guerra. Ao longo do tempo ganhou diversos prêmios internacionais de grande importância e teve uma longa vida produtiva. Joan Miró morreu em 25 de dezembro de 1983, aos 90 anos, em Palma de Maiorca, na Espanha, ainda em atividade. Na última fase parecia predominar a ausência de cores em seus trabalhos, dedicando grande espaço ao preto e ao branco. Interessante esse aspecto e ficamos pensando se isso deveu-se a problemas visuais, comuns na idade muito avançada.

Tete J
O artista trabalhou também com cerâmica e considerava essa forma de trabalho muito gratificante pois lhe possibilitava tocar e mexer com os objetos, vasos, pratos, que usava como suporte para o seu talento. Passou longos anos dedicando-se a isso e o resultado são trabalhos importantes dentro do contexto de sua vida, embora menos valorizados no universo dos museus e menos conhecidos do público. Fez ainda litogravuras e realizou a sua primeira viagem aos Estados Unidos para executar um mural de grandes dimensões que ocupou 9 meses de intenso trabalho. Diversificado, versátil, criativo, Joan Miró deixou um legado inesgotável para estudo e deleite.
Criador de novas técnicas nos trabalhos de cerâmica e de uma maneira peculiar de exercer o ofício de pintor, Miró foi premiado, agraciado com títulos e homenageado nos 4 cantos do mundo, superando amplamente todas as dificuldades iniciais encontradas na juventude e no início da idade adulta. Na última fase de sua carreira foi regiamente pago por trabalhos encomendados e colocado na galeria dos grandes artistas da humanidade.


Informações retiradas do site:
WWW.CYBERARTES.COM.BR
em 13.02.2006.

Imagens retiradas do site:
WWW.ARTEEMCASA.COM.BR
em 22.04.2006.

DI CAVALCANTI



Emiliano Di Cavalcanti nasceu em 6 de setembro de 1897, no Rio de Janeiro, na casa de José do Patrocínio, que era casado com uma tia do futuro pintor. Quando seu pai morre em 1914, Di obriga-se a trabalhar e faz ilustrações para a Revista Fon-Fon. Antes que os trepidantes anos 20 se inaugurem vamos encontrá-lo estudando na Faculdade de Direito. Em 1917 transferindo-se para São Paulo ingressa na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco. Segue fazendo ilustrações e começa a pintar. O jovem Di Cavalcanti freqüenta o atelier do impressionista George Elpons e torna-se amigo de Mário e Oswald de Andrade. Em 1921 casa-se com Maria, filha de um primo-irmão de seu pai.

Pierrete

óleo sobre tela - 78 x 65 cm
- 1922 -
Entre 11 e 18 de fevereiro de 1922 idealiza e organiza a Semana de Arte Moderna, no Teatro Municipal de São Paulo, cria para essa ocasião as peças promocionais do evento: catálogo e programa. Faz sua primeira viagem à Europa em 1923, permanecendo em Paris até 1925. Freqüenta a Academia Ranson. Expõe em diversas cidades: Londres, Berlim, Bruxelas, Amsterdan e Paris. Conhece Picasso, Léger, Matisse, Eric Satie, Jean Cocteau e outros intelectuais franceses. Retorna ao Brasil em 1926 e ingressa no Partido Comunista. Segue fazendo ilustrações. Faz nova viagem a Paris e cria os painéis de decoração do Teatro João Caetano no Rio de Janeiro.
Os anos 30 encontram um Di Cavalcanti imerso em dúvidas quanto a sua liberdade como homem, artista e dogmas partidários. Inicia suas participações em exposições coletivas, salões nacionais e internacionais como a International Art Center em Nova Iorque. Em 1932, funda em São Paulo, com Flávio de Carvalho, Antonio Gomide e Carlos Prado, o Clube dos Artistas Modernos. Sofre sua primeira prisão em 1932 durante a Revolução Paulista.
Casa-se com a pintora Noêmia Mourão. Publica o álbum A Realidade Brasileira, série de doze desenhos satirizando o militarismo da época. Em Paris, em 1938, trabalha na rádio Diffusion Française nas emissões Paris Mondial. Viaja ao Recife e Lisboa onde expõe no salão “O Século” quando retorna é preso novamente no Rio de Janeiro. Em 1936 esconde-se na Ilha de Paquetá e é preso com Noêmia. Libertado por amigos, seguem para Paris, lá permanecendo até 1940. Em 1937 recebe medalha de ouro com a decoração do Pavilhão da Companhia Franco-Brasileira, na Exposição de Arte Técnica, em Paris.

Mulheres com Frutas

óleo sobe tela - 60 x 100 cm.
- 1932 -
Com a iminência da Segunda Guerra deixa Paris. Retorna ao Brasil, fixando-se em São Paulo. Um lote de mais de quarenta obras despachadas da Europa não chegam ao destino, extraviam-se. Passa a combater abertamente o abstracionismo através de conferências e artigos. Viaja para o Uruguai e Argentina, expondo em Buenos Aires.
Conhece Zuíla, que se torna uma de suas modelos preferidas. Em 1946 retorna à Paris em busca dos quadros desaparecidos, nesse mesmo ano expõe no Rio de Janeiro, na Associação Brasileira de Imprensa. Ilustra livros de Vinícius de Morais, Álvares de Azevedo e Jorge Amado. Em 1947 entra em crise com Noêmia Mourão - "uma personalidade que se basta, uma artista, e de temperamento muito complicado...". Participa com Anita Malfatti e Lasar Segall do júri de premiação de pintura do Grupo dos 19. Segue criticando o abstracionismo. Expõe na Cidade do México em 1949.

Auto-retrato

óleo sobe tela - 33,5 x 26 cm.
- 1943 -
É convidado e participa da I Bienal de São Paulo, 1951. Faz uma doação generosa ao Museu de Arte Moderna de São Paulo, constituída de mais de quinhentos desenhos. Beryl Tucker Gilman passa a ser sua companheira. Nega-se a participar da Bienal de Veneza. Recebe a láurea de melhor pintor nacional na II Bienal de São Paulo, prêmio dividido com Alfredo Volpi. Em 1954 o MAM, Rio de Janeiro, realiza exposição retrospectivas de seus trabalhos.
Faz novas exposições na Bacia do Prata, retornando à Montevidéu e Buenos Aires. Publica Viagem de minha vida. 1956 é o ano de sua participação na Bienal de Veneza e recebe o I Prêmio da Mostra Internacional de Arte Sacra de Trieste. Adota Elizabeth, filha de Beryl. Seus trabalhos fazem parte de exposição itinerante por países europeus. Recebe proposta de Oscar Niemayer para a criação de imagens para tapeçaria a ser instalada no Palácio da Alvorada também pinta as estações para a Via-sacra da catedral de Brasília.
Ganha Sala Especial na Bienal Interamericana do México, recebendo Medalha de Ouro. Torna-se artista exclusivo da Petite Galerie, Rio de Janeiro. Viagem a Paris e Moscou. Participa da Exposição de Maio, em Paris, com a tela Tempestade. Participa com Sala Especial na VII Bienal de São Paulo. Recebe indicação do presidente João Goulart para ser adido cultural na França, embarca para Paris e não assume por causa do golpe de 1964.

Aldeia de Pescadores

guache - 43 x 50 cm.
- c. 1950 -
Vive em Paris com Ivette Bahia Rocha, apelidada de Divina. Lança novo livro, Reminiscências líricas de um perfeito carioca e desenha jóias para Lucien Joaillier. Em 1966 seus trabalhos desaparecidos no início da deácada de 40 são localizados nos porões da Embaixada brasileira. Candidata-se a uma vaga na Academia Brasileira de Letras, mas não se elege. Seu cinquentenário artístico é comemorado.
modelo Marina Montini é a musa da década. Em 1971 o Museu de Arte Moderna de São Paulo organiza retrospectiva de sua obra e recebe prêmio da Associação Brasileira de Críticos de Arte. Comemora seus 75 anos no Rio de Janeiro, em seu apartamento do Catete. A Universidade Federal da Bahia outorga-lhe o título de Doutor Honoris Causa. Faz exposição de obras recentes na Bolsa de Arte e sua pintura Cinco Moças de Guaratinguetá é reproduzido em selo. Falece no Rio de Janeiro em 26 de Outubro de 1976.



Informações retiradas do site oficial
WWW.DICAVALCANTI.COM.BR

MUNCH





A Criança Doente 1885 - 1886

Óleo sobre tela
119,5 x 118,5 cm
Edvard Munch nasceu no dia 12 de Dezembro de 1863 em Loten na Noruega e foi o segundo filho homem do Dr. Chris­tian Munch e de sua mulher Laura Cathrine. Munch tinha três irmãs (Sophie, Laura e Inger) e um irmão, Andreas. Em 1864, a família mudou-se para a cidade de Christiania (hoje chamada Oslo). No ano de 1868, a mãe de Munch morre de tuberculose. A irmã dela, Karen Bjolstad, as­sume o governo das atividades do lar. Sophie morre em 1877, aos quinze anos, vítima, também, da tuberculose. Munch começa a estudar enge­nharia em 1879. Mas um ano depois desiste dos estudos e decide ser pintor. Estuda arte e em agosto freqüentando a Academia de Desenho de Oslo, vende dois quadros e pinta o seu primeiro auto-retrato.Em 1882 aluga um estúdio em Oslo conjuntamente com seis outros estu­dantes de arte. Christian Krohg super­visiona o trabalho deles. Um ano depois, exibe pela primeira vez na Expo­sição de Outono de Oslo. Visita a Academia de Pintura plein air de Frits Thaulow, em Modum.
Estabelece contato com o Movi­mento Artístico e Literário Boêmio de Christiania: Jaeger, Krohg, Jensen-Hjell. Conhece Milly Thaulow e ganha a primeira bolsa de estudo. No ano de 1885, expõe na Exposição Mundial de Antuérpia. Em Paris estuda no Salon e no Louvre. É influenciado por Manet. Passa o Verão em Borre e o Outono em Oslo. Inicia três obras da maior importância: A Criança Doente, O Dia Seguinte e PuberdadeA Criança Doente escandaliza o público na Exposição de Outono de Oslo.




Dia de Primavera em Karl Johan -1890

Óleo sobre tela - 80 X 100 cm
A sua primeira exposição individual, em Oslo (de 110 obras), suscita o interesse de alguns quadrantes. Passa o Verão em Asgardstrand onde, de agora em diante, começa a passar os Verões. Ganha uma bolsa de estudo estatal. Em Paris freqüenta a Escola de Arte de Léon Bonnat.
O pai de Munch morre em Novembro de 1889. Muda-se para St. Cloud, um subúrbio de Paris, e renuncia ao Naturalismo no seu manifesto de St. Cloud. Continua na escola de arte de Bonnat. Em Maio de 1890, de volta a Oslo, pinta Dia de Primavera em Karl Johan), em estilo Neo-Impressionista. Passa o Verão em Asgardstrand e em Oslo. Ganha uma segunda bolsa de estudo estatal. Vai para Le Havre em Novem­bro de 1890, onde passa dois meses no hospital. Em Janeiro do ano seguinte, vai para Nice e, em Abril, para Paris, onde vive na Rue Lafa­yette. No final de Maio volta a Oslo. Ganha a terceira bolsa de estudo estatal. Passa o Outono em Nice trabalhando no Friso da Vida.
Regressa a casa na Primavera de 1892 e passa o Verão em Asgardstrand. Deixa de expor na Exposição de Outono de Oslo. Exibe em Berlim, mas obtém uma recepção antagônica e chocante por parte da imprensa e do público, a expo­sição é encerrada uma semana depois. Entra em contato com o círculo literário do Porquinho Preto em Berlim: Strind-­berg, Meier-Graefe, Przybyszewski. Expõe em Copenhaga, Dresden, Muni­que e Berlim. Trabalha arduamente no Friso da Vida e pinta O Grito.


Rue Lafayette - 1891

Óleo sobre tela
92 X 73 cm
Em Berlim faz as primeiras gravuras a água-forte. Vai para Oslo em Maio de 1894 e é publicada primeira mono­grafia sobre Munch. Continua o Friso da Vida: Cinzas, Os Três Estádios da Mulher(Esfinge) e Madona. Expõe em Estocolmo e Berlim. Primeiras litografias.
Visita Paris, em 1895, duas vezes. É influenciado por Toulouse-Lautrec, Bonnard e Vuillard. Edição de oito gravuras a água-forte. Passa o Verão em Nordstrand e em Asgardstrand. Morre seu irmão Andreas.Passa a Primavera de 1896 em Paris. Xilogravuras e litografias a cores são editadas pela primeira vez. Expõe no Salon des Indépendants. Ilustra o programa para Peer Gynt de Ibsen e para uma edição de Les Fleurs du Mal de Baudelaire. A sua exposição no Salon de l’Art Nouveau é revista por Strindberg.
Volta em 1897 para Paris. No Verão compra uma casa em Asgardstrand. Faz uma exposição em Oslo (85 quadros) que foi bem acolhida. Em 1898 vai para Copenhaga, Berlim e Paris. Participa no Salon des Indépen­dants. Faz as ilustrações para um número especial da revista Quickborn, dedicada a Munch e a Strindberg. Passa o Verão em Asgardstrand e conhece Tulla Larsen.
Estadias em Berlim, Paris, Nice e depois em Florença e Roma onde estuda Raphael. Passa o Verão em Nordstrand e Àsgârdstrand. Primeira versão de Raparigas na Ponte. Expõe na Bienal de Veneza e em Dresden. Passa o Outono e o Inverno em Gudbrands­dalen. Em Março de 1900 vai para Berlim e de lá para um sanatório suíço. Completa o Friso da Vida. No Inverno de 1901 pinta paisagens em Nordstrand.
Passa o Inverno e a Primavera de 1902, em Berlim. Exibe o Friso da Vida completo na Sezession Berlinense. Conhece o colecionador Dr. Max Linde, autor de um estudo sobre Munch. Em Asgardstrand faz uma tentativa dramática para se separar de Tulla Larsen. Primeiro trabalho fotográfico. Termina o ano em Berlim. Gustav Schiefler começa a cata­logar o trabalho gráfico de Munch.

Auto-Retrato com Garrafa de Vinho
1906

Óleo sobre tela - 110,5 X 120,5 cm
Primeira exibição na Galeria Cassirer em Berlim, a partir de 1903. Lindo encarrega-o de executar um friso para o quarto dos seus filhos na sua casa, em Lubeque. Depois viaja para Oslo e Berlim outra vez.
Em 1904, Cassirer (Berlim) adquire em exclusivo os direitos alemães dos tra­balhos gráficos de Munch e Commeter (Hamburgo) faz o mesmo com os seus quadros. Seguem-se numerosas expo­sições. Torna-se membro da Sezession Berlinense. Expõe 20 quadros na Sezession Vienense. Participa no Salon dos Indépendants, em Paris. A Academia de Arte Weimar coloca um estúdio à sua disposição. Verão em Asgardstrand. Expõe em Copenhaga. Passa Novembro em Lubeque. Linde recusa o friso.
Expõe retratos na Galeria Cassirer em 1905. Mostra de 75 quadros em Praga, incluindo a primeira sequência do Friso da Vida. Inverno em Bad Ilmenau e Bad Elgersburg (na Alemanha) para acalmar os nervos e combater o seu alcoolismo.
Do Inverno até ao Verão está em Turíngia e Weimar, durante o ano de 1906. Desenha o cenário paraFantasmas de Ibsen e Hedda Gabler para o teatro de Câmara de Max Reinhardt em Berlim. É-lhe encomendado um friso para o salão oval do Teatro de Câmara.
Termina, em 1907, o Friso Reinhardt, mas este continua inacessível ao público e os quadros são vendidos mais tarde. Abril em Estocolmo. Verão e Outono em Warnemünde. Expõe na Galeria Cassirer com Cézanne e Matisse. Conhece Emil Nolde.


O Grito - 1893

Óleo, Têmpera e Pastel em Cartão
91 X 73,5 cm
No inverno de 1908, fica em Berlim, Primavera e Verão em Warnemünde. Morre Àse Norregârd. Expõe com Brücke em Dresden. No Outono tem um esgotamento nervoso em Copenhaga. Passa metade do ano numa clínica. É feito Cavaleiro da Ordem Real Norueguesa de Santo Olavo.
Regressa, porém, em 1909, à Noruega em Maio e aluga uma casa em Kragerø. Vai para Bergen em Junho, onde Rasmus Meyer compra um grande número de quadros. Começa o trabalho dos murais para o Grande Salão da Universidade de Oslo. Compra uma propriedade em Hvitsten, 1910, no fiorde de Oslo. Trabalha nos murais. Exposição de vulto em Oslo.
Exposição Sonderbund em Colônia no ano de 1912, onde mostra 31 quadros e é classificado a par de Van Gogh, Gauguin e Cézanne. Em 1913, aluga a propriedade de Grimsrød na ilha de Jeløya no fiorde de Oslo. Viaja para Berlim, Frankfurt, Colónia, Paris, Londres, Estocolmo, Hamburgo, Lubeque e Copenhaga. Homenagens pelo seu 50º aniversário.
Passa o inverno em Berlim e Paris, 1914, Verão em Hvitsten, Kragerø e Jeløya. Depois de uma longa controvérsia os murais do Grande Salão são aceites.
Compra a propriedade de Ekely perto de Oslo, em 1916. Publica, em 1918, o seu panfleto: Friso da Vida.Durante 1920-1921, vai para Berlim, Paris, Wies­baden e Frankfurt.1922, realiza o friso de 12 quadros para a cantina dos trabalhadores da fábrica de chocolate Freia, em Oslo. Exposição importante em Zurique. Apoia os artistas alemães ao comprar 73 obras gráficas.
Em, 1923, torna-se membro da Academia Alemã de Belas Artes. Em 1926, Edvard Munch viaja para exposições em Munique, Dresden, Copenhaga, Mannheim e Zurique. Morre a irmã de Munch — Laura.


Retrato de Munch aos
dois anos de idade
1865
Retrospectivas de grande vulto nas Galerias Nacionais de Berlim e Oslo, em 1927. Em 1928 Desenha os murais para a Câmara Municipal de Oslo.
Desenha os murais para a Câmara Municipal de Oslo. Durante 1930 uma enfermidade ocular torna o trabalho cada vez mais difícil. Em 1933 passa o Verão em Asgardstrand. Inverno em Hvitsten e Kragerø. Homenagens no seu 70º aniversário. Publicação de monografias sobre Munch por Tens Thiis e Pola Gauguin.
Consegue, em 1936, sua primeira exposição em Inglaterra. O seu problema de visão leva-o a parar o trabalho dos desenhos do mural da Câmara Municipal.Os nazis rotulam 82 das obras de Munch, 1937, em museus alemães de <<degeneradas>>, retiram-nas e vendem-nas.
Acontece a invasão alemã da Noruega em 1940, porém Munch recusa-se a ter qualquer tipo de relação com as forças ocupantes.Consegue, enfim, a sua primeira exposição nos E.U.A, em 1942. Em 1943, recebe homenagens pela passagem do seu 80º aniversário. Grave constipação. No ano de 1944, dia 23 de Janeiro, Munch morre tranquilamente em Ekely. Deixa a sua propriedade à cidade de Oslo, a qual abre o Museu Munch em 1963 para celebrar o centenário do seu nascimento.


Informações retiradas do livro: " Munch " de Ulrich Bischoff.
(c) 2000 Benedikt Taschen Verlag Gmbh.

WWW.TASCHEN.COM

PICASSO

Pintor espanhol naturalizado francês. Considerado por muitos o maior artista do século 20, era também escultor, artista gráfico e ceramista.
Pablo Picasso, o artista mais famoso e também o mais versátil do século 20, nasceu em Málaga, no sul da Espanha, em 25 de outubro de 1881. O pai era professor de desenho, portanto o óbvio talento de Picasso foi reconhecido desde cedo e, aos quinze anos, tinha já o seu próprio ateliê.
Após um falso início como estudante de arte em Madri e um período de Boêmia em Barcelona, Picasso fez a sua primeira viagem a Paris em outubro de 1900. A cidade continuava a ser a capital artística da Europa e foi lar permanente do artista desde abril de 1904, quando ele se mudou para o prédio apelidado de Bateau-Lavoir (Barco-Lavanderia), em Montmartre, a partir daí o novo centro da arte e da literatura vanguardista.
Durante este período, o trabalho de Picasso foi relativamente convencional, passando de uma Fase Azul melancólica (1901-05) para a Fase Rosa, mais alegre e delicada (1905).

Velho judeu com um menino 1903

Jovem equilibrista sobre a bola 1905
A mudança de estado de espírito pode ter se originado em parte pela sua ligação com Fernande Olivier, seu primeiro grande amor. Na vida de Picasso, as mulheres e a arte estão inexplicavelmente misturadas, o surgimento de uma nova mulher freqüentemente sinalizava uma mudança de direção artística.Embora os trabalhos de Picasso estivessem começando a ter sucesso comercialmente, ele decidiu abandonar seu estilo "Rosa". Em 1907, inspirado pelas esculturas ibérica e africana, pintou Les Demoiselles d'Avignon, um dos grandes trabalhos liberadores da arte moderna. Divertindo-se com uma nova liberdade pictórica, Picasso, junto com o pintor francês Georges Braque, criou o Cubismo, em que o mundo visível era desconstruído em seus componentes geométricos. Este foi comprovadamente o momento decisivo em que se estabeleceu um dogma fundamental da arte moderna - o de que o trabalho do artista não é cópia nem ilustração do mundo real, mas um acréscimo novo e autônomo. Graças ao Cubismo, a liberdade do artista estendeu-se também aos materiais, de foram que os meios tradicionais como a pintura e a escultura puderam ser suplementados ou substituídos por objetos colados nas telas, ou "montagens" de itens construídos ou "achados".
Ao contrário de alguns contemporâneos seus, Picasso nunca chegou a criar uma arte puramente abstrata. De fato, sua versatilidade o mantinha um salto adiante de seus admiradores, muitos dos quais se surpreenderam quando ele voltou a pintar figuras mais convencionais e depois, no início da década de 1920, desenvolveu um estilo neoclássico monumental. Coincidentemente ou não, em 1918 se casara com a bailarina Olga Koklova, e adotara um estilo de vida exageradamente próspero e respeitável - mas que ele achava cada vez mais aborrecido.
Em 1925, Picasso começou a pintar formas deformadas, violentamente expressivas, que eram em parte uma resposta às suas dificuldades pessoais. A partir desta época, seus trabalhos se tornaram cada vez mais multiformes, empregando - e inventando - uma variedade de estilos como nenhum outro artista havia tentado antes. Foi também um escultor criativo (algumas autoridades o consideram o maior expoente da arte no século 20), e mais tarde dedicou-se à cerâmica com grande entusiasmo. Em qualquer veículo que se expressasse, sempre foi imensamente prolífero, criando em toda a sua vida milhares de obras.

Dance of Youth
No final da década de 1930, quando o impulso criativo de Picasso parecia finalmente estar enfraquecendo, os acontecimentos o levaram a criar o seu quadro mais famoso: Guenica. Esta obra foi uma resposta aos horrores da Guerra Civil Espanhola. o conflito começou em julho de 1936 com um golpe militar liderado pelo General Francisco Franco, representando os elementos fascistas, tradicionalistas e clericais do país, contra a República Espanhola e seu governo eleito da Frente Popular (centro-esquerda).


Guernica 1937
Ao estourar a guerra, Picasso imediatamente declarou seu apoio à República, levantando enormes quantias em prol da causa e aceitando pintar um grande mural para o pavilhão espanhol na Exposição Internacional de 1937, em Paris. Ainda não havia começado quando soube que, em 26 de abril de 1937, aviões nazistas, enviados por Hitler para ajudar Franco, tinham bombardeado e arrasado a cidade de Guernica. Picasso pôs-se imediatamente a trabalhar nos esboços preliminares para Guernica e depois pintou a enorme tela em cerca de um mês (maio/junho de 1937). Ela foi a expressão máxima não só do sofrimento espanhol como do impacto devastador dos armamentos modernos de guerra sobre suas vítimas em todas as partes do mundo.

Mother and Child before Curtai
Apesar de tudo, os republicanos perderam a guerra civil, e Picasso ficou exilado da sua terra natal para oresto da sua longa vida. Durante a segunda Guerra Mundial, ele ficou na Paris ocupada pelos alemães, proibido de expor mas sem que ninguém o molestasse seriamente.
Depois da libertação de Paris, Picasso ingressou no Partido Comunista, e durante alguns anos certas obras suas foram declaradamente políticas; mas ele era também uma celebridade internacional, residindo na região onde os ricos iam se divertir no sul da França. Em seguida a uma série de ligações amorosas, ele finalmente casou-se pela segunda vez, agora com Jacqueline Roque, em 1961 e levou uma vida cada vez mais retirada. Artisticamente prolífero até o fim da vida, morreu aos 91 anos em 8 de abril de 1973.

CÉZZANNE



Retrato de Louis-Auguste Cézanne (pai do artista)

Óleo sobre tela
200 x 120 cm
Paul Cézanne nasceu em 19 de Janeiro de 1839, em Aix-en-Provence. O seu pai, Louis­-Auguste Cézanne, é negociante e exportador de chapéus de feltro. A mãe, Anne-Elisabeth Honorine Aubert, é filha de um torneiro marselhês. Paul foi batizado em 22 de Fevereiro na igreja de Santa Madalena, os pais só casaram em 1844. No ano de 1852 ele freqüenta o Collêge Bourbon (hoje Licée Mignet) onde começa amizade com Jean­-Baptiste Baille e Emile Zola, cujo pai trabalha num projeto de barragem em Aix. Eles fizeram numerosas excursões nos arredores de Aix.
Por vontade do pai, em 1859, Cézanne começa contrariado, estudo de Direito na Universidade de Aix. Livre do serviço militar, dado que o pai pagava quem o substitua, recebe o segundo prêmio da Escola especial de desenho por um estudo de figura. Louis Auguste Cézanne adquire o Jas de Bouffan, perto de Aix, que é a antiga residência do governador da Provença.
Reside em Paris de Abril a Setembro de 1861. Estuda nus na Academia Suíça onde encontra Camille Pissarro. Começa, então, um retrato de Zola e não o acaba. Regressa a Aix desanimado e entra para o banco do pai e retoma os estudos na Escola de Desenho de Aix.Arranja um estúdio no Jas de Bouffan no ano de 1862. Deixa o banco e abandona a carreira jurídica. Volta para Paris em Novembro com uma pensão mensal de 125 francos.
Em 1863 trabalha regularmente na Academia Suíça onde encontra, além de Achille Empéraire e Pissarro, Renoir, Monet e Sisley. Foi reprovado na Escola das Belas-Artes já que possuía temperamento de um colorista, mas ele exagerava.
Participa, em 1863, no Salão dos Recusados com Manet, Pissarro, Jongkind, Guillaumin, Whistler, Fantin-Latour e outros.Começa então a pintar quadros demoníacos e expressivos num estilo lançado e selvagem. Faz freqüentemente cópias no Louvre, em especial de telas de Delacroix.

Árvores no Jaz de Bouffan - 1875/1876

Óleo sobre tela
54 x 73 cm
É recusado, em 1866, no Salão, envia, por sua vez uma carta de protesto ao diretor das Belas-Artes. Trava conhecimento com Manet, que elogia as suas naturezas-mortas.Começa também os primeiros ensaios de pintura ao ar livre. Fica em Aix a partir de Agosto e faz o retrato do pai a ler um jornal.
Novamente é recusado no Salão em 1869. Conhece Hortense Fiquet, de 19 anos de idade e encadernadora de profissão.
Tenta novamente entrar no Salão, mas é recusado 1870 e 1871. Passa o tempo que dura a Guerra Franco-Alemã em l’Estaque, na companhia de Hortense. Acaba o período tumultuoso com quadros sombrios e expressivos. Volta a Paris depois da Comuna.
Nasce o seu filho Paul em 1872. Instala-se com a família em Auvers-sur-Oise, onde pinta quadros com Pissarro. Logo, em 1873 pinta na casa do doutor Gachet. Trava conhecimento com o negociante de tintas Julien Tanguy que troca material de pintura pelos seus quadros. Encontra Van Gogh na casa Tanguy.

Os Jogadores de cartas - 1890/1892

Óleo sobre tela
65 x 81,7 cm
Tem sua primeira exposição coletiva, em 1874, dos impressionistas em casa do fotógrafo Nadar. Os quadros de Cézanne fazem escândalo (A Casa do Enforcado em Auvers, Uma Olímpio Moderna). No Verão fica em Aix e a partir de Setembro, fica outra vez em Paris.
Recusado no Salão, novamente em 1875. Renoir arranja-lhe um encontro com Victor Chocquet, inspetor das alfândegas e amador de arte, que se tornará um dos seus mais fiéis colecionadores. Participa, em 1877, na terceira exposição impressionista com 16 quadros e suscita ainda uma vez mais violentas críticas.
Passa o ano de 1878 em Aix e em l’Estaque enquanto Hortense e Paul vivem em Marselha. O pai toma conhecimento da existência deles e reduz a pensão mensal. Zola ajuda-o financeiramente. E é novamenterecusado no Salão.
Em 1879 é recusado no Salão. No Outono, visita Zola em Médan. Desconcertado com o luxo do amigo, Cézanne afasta-se de Zola.
Em 1885 é outra vez recusado no Salão. Decide não enviar mais obras para lá. Passa uma grande parte deste ano e do ano seguinte em Aix e nos arredores da cidade.

Paul Cézanne 1889/90

Fotografia
Ruptura com Zola após a publicação do romance L’Oeuvre que descreve a vida de um artista falhado. Casa pó sua vez com Hortense Fiquet. O pai de Cézanne morre em Outubro e ele herda uma fortuna considerável.
Vive principalmente em Aix, em 1887. Pinta com Renoir no Jas de Bouffan. Apresenta três quadros na exposição Les XX em Bruxelas, isso em 1890. No Verão, passa cinco eses com a sua família. No Outono, está outra vez em Aix. Sofre de diabetes. Primeira exposição individual em Dezembro de 1895, na casa do negociante de arte parisiense Ambroise Vollard. Pinta em 1896 na pedreira de Bibémus. Conhece o escritor Joachim Gasquet. A mãe de Cézanne morre em Outubro. A Nationalgalerie de Berlim compra um quadro de Cézanne. É a sua primeira tela num museu.
Trabalha em Aix, 1898, perto do Chateau Noir. Depois, outra vez fica um longo tempo em Paris. Em 1899, fica em Paris até o Outono e, depois, regressa a Aix onde ficará durante cinco anos quase sem interrupção. Venda do Jas de Bouffan. Aluga uma pequena casa em Aix e contrata uma governanta. A mulher e o filho vivem, sobretudo em Paris.Uma nova exposição individual na Casa Vollard. As suas telas atingem somas consideráveis.
Três dos seus quadros na exposição centenal de Paris, em 1900. O negociante de arte Cassirer organiza em Berlim uma exposição individual. Não é vendida qualquer tela.

Retrato do artista - 1875/1877

Óleo sobre tela
65 x 54 cm
Participa no Salão dos Independentes, 1901, em Paris e em exposições em Bruxelas e na Haia. Compra um terreno no Chemin des Lauves, acima de Aix.
Em 1902 muda para o seu novo estúdio, Chemin des Lauves. Morte de Zola em Setembro. A venda da coleção Zola no decurso da qual as obras de Cézanne, 1903, atingem um preço médio de 1.500 francos. Expõe na Secessão Vienense.Neste mesmo ano, Pissarro morre.
Visita de Emile Bemard, em 1904, que o vê pintar. Vai a Paris para participar no Salão de Outono. Expõe trinta telas. Em Berlim, segunda exposição individual na Casa Cassirer. As suas relações com os outros se tornam cada vez mais difíceis. A diabetes enfraquece-o cada vez mais.
Expõe seus quadros no Salão de Outono, em 1905, e nos Independentes. O negociante de arte Durand-Ruel envia dez dos seus quadros à exposição impressionista de Londres.
Participa no Salão de Outonoem 1906 mais uma vez. No mesmo ano, Cézanne é surpreendido por uma tempestade no dia 15 de Outubro e morre a 7 dia depois, de uma pneumonia. Cézanne é enterrado no cemitério Saint-Pierre d’Aix.
Acontece em 1907, a Grande Retrospectiva no Salão de Outono com 56 quadros de Paul Cézanne. Em 1954 O estúdio do Chemin des Lauves é aberto ao público.
Informações retiradas do livro: " Cézanne " de Ulrike Becks-Malorny.
(c) 2001 Benedikt Taschen Verlag Gmbh.

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PORTINARI



Olegário Mariano - 1928
Óleo sobre tela
Tam: 198x65,3cm
Candido Portinari nasce numa fazenda de café, em Brodowski, São Paulo, no dia 29 de dezembro de 1903. Seus pais foram os imigrantes italianos Batista Portinari e Domênica Torquato, que tiveram 12 filhos. Em 1909, o menino começa a desenhar.No ano de 1912, participa, durante vários meses, dos trabalhos de restauração da Igreja de Brodowski, ajudando os pintores italianos a "Dipingere Le Stelle". Mais tarde, auxilia um escultor frentista.
A partir de uma carteira de cigarros, Portinari faz a lápis um retrato do músico Carlos Gomes em 1914. A família guarda o desenho.

Viaja para o Rio de Janeiro em 1918. Tem aulas de desenho no Liceu de Artes e Ofícios. Matricula-se na Escola Nacional de Belas Artes, na qual estuda desenho e pintura. Seus professores foram Amoedo, Batista da Costa, Lucílio Albuquerque e Carlos Chambeland.
Realiza-se em 1922 na cidade de São Paulo, a Semana de Arte Moderna, porém Portinari não participa. Expõe, pela primeira vez, no Salão da Escola de Belas Artes.
No ano de 1923, Portinari manda para o Salão da Escola de Belas Artes o retrato do escultor Paulo Mazzucchelli, ganhando três prêmios, entre eles a medalha de bronze do Salão.
Participa do Salão Nacional de Belas Artes de 1924 com o quadro Baile na Roça obra com temática brasileira, mas é recusado pelo júri.
Obtém a pequena medalha de prata no Salão de 1925, no qual expõe dois retratos, e recebe a grande medalha de prata no de 1927. Com o retrato do poeta “Olegário Mariano”, ganha o prêmio de Viagem ao Estrangeiro de 1928.


Despejados - 1934
Óleo sobre tela
Tam: 60x73cm
Antes de viajar em 1929, faz sua primeira exposição individual, com 25 retratos, por iniciativa da Associação dos Artistas Brasileiros. Parte para a Europa. Viaja pela Itália, Inglaterra, Espanha e se fixa em Paris."Comecei a trabalhar, mas no meu quarto, porque não consegui ainda ateliê dentro de minhas posses. Contudo, não estou triste, porque não estou perdendo tempo: pela manhã vou ao Louvre, à tarde faço estudos. Não pretendo fazer quadros por enquanto. Aprendo mais olhando um Ticiano, um Raphael, do que para o Salão de Outono todo". (Carta ao amigo Olegário Mariano)
Vai diariamente aos museus, descobre a pintura moderna da Escola de Paris, discute sobre arte nos cafés e não tem quase nenhum tempo para pintar. Conhece Maria Martinelli em 1930, jovem uruguaia de 19 anos, radicada com família em Paris e se casa com ela. Sente saudade de Brodowski e escreve para o Brasil... "Daqui fiquei vendo melhor a minha terra - fiquei vendo Brodowski como ela é. Aqui não tenho vontade de fazer nada. Vou pintar o Palaninho, vou pintar aquela gente com aquela roupa e com aquela cor. Quando comecei a pintar., senti que devia fazer a minha gente e cheguei a fazer o “Baile na Roça”... A paisagem onde a gente brincou a primeira vez não sai mais da gente, e eu quando voltar vou ver se consigo fazer a minha terra..."


O M orro - 1936
Óleo sobre tela
Tam: 73x60cm
Portinari e Maria regressam ao Rio de Janeiro em 1931 e ele passa a trabalhar num ritmo intenso. Participa da comissão destinada a promover a reforma do Salão Nacional de Belas Artes, no qual os artistas modernos são admitidos pela primeira vez. Portinari é convidado pelo então diretor da Escola Nacional de Belas Artes, o arquiteto Lúcio Costa, a fazer parte da comissão organizadora do Salão. Nesse ano, Portinari apresenta 17 obras.
Portinari expõe individualmente no Palace Hotel em 1932, dessa vez exibe obras de temática brasileira - cenas de infância, circo, cirandas. No ano seguinte faz outra Exposição Individual no mesmo local.
No ano de 1934, Portinari pinta “Despejados”, obra de temática social. Intelectuais começam a ver em sua figura o verdadeiro representante plástico do modernismo brasileiro. Tem sua tela “O Mestiço” adquirida pela Pinacoteca do Estado de São Paulo, sendo assim, a primeira instituição pública a incluir uma obra de Portinari em seu acervo.

Em julho de 1935 é contratado para lecionar pintura mural e de cavalete na Universidade do Distrito Federal, no Rio de Janeiro. Ao participar da Exposição Internacional do Instituto Carnegie, nos Estados Unidos, junto com pintores de 21 países, recebe a Segunda Menção Honrosa, com a tela "Café". Essa obra é adquirida, antes mesmo da premiação, pelo Ministro da Educação Gustavo Capanema, para o Museu de Belas Artes.


A Primeira Missa no Brasil - 1948
Têmpera sobre tela
Portinari pinta o seu primeiro mural em 1936, para o monumento rodoviário da Estrada Rio/São Paulo, medindo 0,96 x 7,68 metros. O Ministro Gustavo Capanema convida-o a trabalhar no edifício que será construído para o Ministério da Educação.
Em 1937, com a intenção de dedicar-se ao estudo para os afrescos do Ministério, Portinari, recebe a colaboração de alguns alunos da Universidade do Distrito Federal. Bianco, jovem pintor italiano recém-chegado ao Brasil, é apresentado a Portinari que o convida para trabalhar no Ministério.
O ano de 1938 é marcado pela execução dos trabalhos do Ministério da Educação. No ano seguinte nasce seu único filho, João Cândido, em janeiro desse ano. Executou três painéis para o pavilhão brasileiro na Feira Mundial de Nova Iorque: Jangadas do Nordeste; Cena Gaúcha e Festa de São João. O Museu de Arte Moderna de Nova Iorque adquire o quadro "O Morro", que René Huyghe, Diretor do Museu do Louvre, aconselhara Portinari a não utilizar. Em novembro, expõe 269 trabalhos no Museu Nacional de Belas Artes. A Universidade do Distrito Federal é fechada.


Enterro na Rede - 1944
Óleo sobre tela
Tam: 180x220cm
Portinari participa em 1940 da Exposição de Arte Latino-Americana no Museu Riverside, em Nova Iorque. Expõe com grande sucesso em Detroit e no Museu de Arte Moderna de Nova Iorque. A University Of Chicago Press publica "Portinari, his life and art", o primeiro livro sobre o artista , com prefácio de Rockwell Kent e Josias Leão. Ilustra "A Mulher Ausente", de Adalgisa Nery.
Em Brodowski, na casa de seus pais, Portinari passa a pintar uma capela para sua avó - "Capela da Nonna", que já não mais podia freqüentar a Igreja. Passa vários meses de 1942 nos Estados Unidos, pintando quatro afrescos para a Fundação Hispânica da Biblioteca do Congresso, em Washington. Vê o quadro "Guernica", de Pablo Picasso, que o impressionou profundamente. Ilustra o livro infantil "Maria Rosa", de Vera Kelsey.
A pedido de Assis Chateaubriand, pinta uma série de murais para a Rádio Tupi do Rio, inspirados na música popular brasileira. Realiza nova Exposição Individual no Museu Nacional de Belas Artes em 1943. Ilustra "Memórias Póstumas de Brás Cubas", de Machado de Assis.
Em 1944, pinta três painéis para a Capela Mayrink, Rio de Janeiro. Acaba de executar um ciclo bíblico, que Assis Chateaubriand compra e leva para a Rádio Tupi de São Paulo, onde a influência da Guernica de Picasso é visível. Trabalha com dois painéis da Série Retirantes. Pinta um mural e azulejos sobre a vida de São Francisco de Assis, para a Capela da Pampulha, em Belo Horizonte - MG.


Retirantes - 1944
Óleo sobre tela
Tam: 180x220cm
Portinari perde seu grande amigo Mário de Andrade em 1945. Faz uma "Via Sacra" para a Capela da Pampulha.
Filia-se ao Partido Comunista vendo nessa organização, mesmo clandestina, a chance de lutar contra a ditadura, a favor da anistia e de eleições. Nomes de grande prestígio junto à sociedade reúnem-se à esse Partido. Candidato a Deputado Federal por São Paulo, Portinari perde as eleições. O PCB consegue eleger um Senador - Luiz Carlos Prestes e 14 Deputados.
No ano seguinte expõe na Galeria Charpentier, de Paris, seus quadros e desenhos das séries "Os Retirantes" e "Meninos de Brodósqui" . Recebe a "Legião de Honra" do Governo Francês.
Candidato a Senador, em São Paulo, pelo Partido Comunista, perde por pequena margem de voto em 1947, colocando em dúvida a lisura do pleito. Viaja para Buenos Aires, onde faz uma Exposição Individual, que volta a apresentar em Montevidéu, no Salão da Comissão Nacional de Belas Artes do Uruguai.
Em 1948, pinta em Montevidéu, à têmpera, o grande painel "A Primeira Missa no Brasil", para o Banco Boavista do Rio de Janeiro. Ilustra "O Alienista" de Machado de Assis. No final do ano, Portinari faz uma retrospectiva no MASP (Museu de Arte de São Paulo), tendo as obras Enterro na Rede, Criança Morta e Retirantes, doadas ao Museu por Assis Chateuabriand.


A Chegada da Família Real Portuguesa à Bahia - 1952
Óleo sobre tela
Tam: 47X71cm
Entre 1949 e 1950, pinta o Mural "Tiradentes" para o Colégio de Cataguases. Apesar do convite, não consegue participar da Conferência Cultural e Científica para a Paz Mundial, em Nova Iorque, pois tem seu visto de entrada negado. Viaja para a Itália em fevereiro e visita Chiampo, terra natal de seu pai. Expõe seis trabalhos na XXV Bienal de Veneza. Recebe, pelo painel Tiradentes, a Medalha de Ouro da Paz do II Congresso Mundial dos Partidários da Paz, em Varsóvia.
Participa em 1951, com uma sala especial, da 1ª Bienal de São Paulo. A Bienal conta com mais de 2.000 trabalhos de pintura, escultura, arquitetura e gravura de artistas de 19 países. Na Itália é lançada a monografia Portinari, organizada e apresentada por Eugenio Luraghi (ed. Della Mondione, Milão).
No ano de 1952 pinta para o Banco da Bahia, em Salvador, o Mural "A Chegada da Família Real Portuguesa à Bahia". Com ilustrações de Portinari, o semanário “O Cruzeiro”, publica o romance “Os Cangaceiros” de José Lins do Rego. Pinta um conjunto de obras sacras para a Igreja Matriz da cidade de Batatais - SP, pequena cidade próxima de Brodowski.


O Descobrimento do Brasil - 1954
Óleo sobre tela
Tam: 98x79cm
É inaugurada, em 1953, a decoração para a Igreja de Batatais. E realizada a Via Sacra para integrar o conjunto das obras. Começa a demonstrar um problema grave de saúde devido à intoxicação com tintas. Expõe no Museu de Arte Moderna do Rio uma mostra com mais de 100 obras. Inicia o trabalho dos enormes painéis "Guerra e Paz" para a sede da ONU, em Nova Iorque.
Participa em 1954 com mais quatorze artistas de quinze países da mostra organizada pelo Comitê de Cooperação Cultural com o estrangeiro em Varsóvia, que tem como tema principal a luta dos povos pela paz. Executa também um painel dedicados aos "Fundadores do Estado de São Paulo" para jornal O Estado de São Paulo. Expõe novamente no Museu de Arte de São Paulo. Participa da III Bienal de São Paulo, com uma sala especial. Com os sintomas da intoxicação cada vez mais presentes, é proibido pelos médicos de pintar por algum tempo. "Estou proibido de viver", reclama.
Em 1955, o Internacional "Fine Arts Council", de Nova Iorque, confere-lhe uma medalha como o pintor do ano. Ilustra o Romance "A Selva", de Ferreira de Castro. Em outubro é inaugurado o painel "O Descobrimento do Brasil", encomenda do Banco Português do Brasil, no Rio.
Viaja à Itália e Israel, em 1956, e faz exposição nos Museus de Tel-Aviv, Haifa e Ein Harod. Os painéis "Guerra e Paz" são apresentados no Teatro Municipal do Rio. Recebe o prêmio "Guggenheim's National Award", da Fundação Guggenheim, de Nova Iorque. O Museu de Arte Moderna do Rio edita o livro "Retrato de Portinari", de Antônio Callado.


Seu Baptista
A Maison De La Pensée, em Paris, apresenta a exposição individual de Portinari em 1957, com o patrocínio da Embaixada do Brasil, com 136 obras. Expõe no Museu de Munique. Os painéis "Guerra e Paz" são inaugurados na sede da ONU. Recebe a "Hallmark Art Award", de Nova Iorque. Solomon Guggenheim expõe "Mulheres Chorando" um dos grandes estudos preliminares do painel "Guerra". Expõe no Museu de Munique. Os painéis "Guerra e Paz" são inaugurados na sede da ONU. Recebe a "Hallmark Art Award", de Nova Iorque. No final do ano Portinari começa a escrever suas memórias: “Retalhos da minha vida de infância”: "Eram belas as manhãs frias na época da apanha do café e delicioso o canto dos carros de boi transportando as sacas da colheita. Quantas vezes adormecíamos sobre as sacas. A luz do sol parecia mais forte.

Era somente para nós. Ia pela estrada afora o carro vagaroso, cantando. Dormíamos cheio de felicidades. Sonhávamos sempre, dormindo ou não. Nossa imaginação esvoaçava pelo firmamento. Fantasias forjadas, olhando as nuvens brancas, mais brancas do que a neve. Tudo se movia ao nosso redor como um passe de mágica. Belas eram as seriemas, as saracuras e os tatus. Quando víamos no chão um orifício, sabíamos a que bicho pertencia. Conhecíamos também a maioria das árvores e arbustos, sabíamos a maioria das árvores e arbustos, sabíamos suas serventias para as doenças; as chuvas, o arco-íris, as nuvens, as estrelas, a lua, o vento e o sol eram-nos familiares. O contacto com os elementos moldava nossa imaginação e enchia nosso coração de ternura e esperança."


Mestiço
Óleo sobre tela
Tam: 81x61cm
Expõe em 1958, inaugurando a Galleria Del Libraio, em Bolonha - Itália, os trabalhos com motivos de Israel, os quais mostra a seguir em Lima e Buenos Aires. É convidado de honra, com sala especial, na 1ª Bienal do México. No retorno de uma viagem pela Europa declara que passará a dedicar-se à poesia. É convidado para receber em Bruxelas, a Estrela de Ouro. Seu pai "Seu Baptista", morre no Rio de Janeiro.No ano seguinte expõe na Galeria Waldenstein, em Nova Iorque e no Museu Nacional de Belas Artes em Buenos Aires. A pedido da Librarie Gallimard, executa doze ilustrações, em cores, para "O Poder e a Glória", romance de Graham Greene. Ilustra também, com trinta gravuras , "O Menino de Engenho", de José Lins do Rego. Pinta o mural "Inconfidência Mineira" para o Banco Hipotecário e Agrícola de Minas Gerais S/A, do Rio de Janeiro. Na V Bienal de São Paulo, expõe 130 trabalhos.
Após 30 anos de casamento, Portinari separa-se de Maria em 1960, que, assumindo mais que o papel de esposa, ajudava-lhe com os problemas do cotidiano, deixando-o livre para dedicar-se mais tempo ao seu trabalho. Mesmo separados, Maria continua a prestar-lhe assistência. Ainda para a Librarie Gallimard, ilustra os romances "Terre Promisse" e "Rose de September", de André Maurois.
Executa cinco painéis para o Banco de Boston de São Paulo: "Os Bandeirantes", "Fundação de São Paulo", "Colheita de Café", "Transporte do Café" e "Industrialização". Expõe individualmente na Checoslováquia, em São Paulo e na Galeria Bonino, no Rio. É convidado a participar do júri da II Bienal do México. Realiza-se em Moscou, uma mostra de fotografias de várias de suas obras. Nasce sua neta Denise. Feliz com o nascimento de sua neta, declara: "Minha neta me libertará da solidão" (Poemas: cento e vinte e seis, 1960). A partir daí, passa a retratar sua neta em pintura e poesia.


Auto-Retrato
Faz a última viagem à Europa em 1961. Encontra-se com seu filho João Candido em Paris, revê amigos e lugares que há muito lhe emocionavam. Sua saúde mostra-se mais uma vez abalada, devido à doença que o atacara. Juntamente com o amigo Eugenio Luraghi, planeja a exposição para o ano seguinte em Milão. Em julho a galeria Bonino, no Rio de Janeiro, apresenta a última exposição do artista em vida.
Envolvido no trabalho para a exposição de Milão, descuida-se de vez de sua saúde. Morre, no dia 06 de fevereiro de 1962, na Casa de Saúde de São José, no Rio de Janeiro, vítima de intoxicação das tintas que utilizava. Seu corpo é velado no Ministério da Educação, de onde sai o enterro, com grande acompanhamento.
"Quando o esquife de Portinari saiu do Ministério, na manhã do dia 8, em carreta do Corpo de Bombeiros, dos edifícios envidraçados, do pátio do Palácio da Educação, das bancas de jornais, dos cafés em súbito silêncio diante da Marcha Fúnebre e do Hino Nacional, voltaram-se para o cortejo milhares de caras irmãs das que aparecem nos Morros, nos Músicos nos Retirantes de Portinari. Milhares de anônimas criaturas suas disseram adeus ao pintor, miraram uma última vez o claro e sutil feiticeiro que para sempre se aprisionou em losangos de luz e feixes de cor. Como se no espelho apagado da vida do artista ardesse num último lampejo tudo aquilo que refletira durante a vida".(Antônio Callado)


Informações retiradas do site
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